Quem é Tiago Pavinatto e porque suas críticas ao STF não provocam reação de Alexandre de Moraes

Jurista e apresentador da Revista Oeste critica duramente o Supremo, mas segue ileso diante de decisões que já atingiram outros comunicadores

O perfil de um crítico feroz do Judiciário

Tiago Pavinatto, jurista, jornalista, apresentador comentarista político, tornou-se uma das vozes mais críticas ao Supremo Tribunal Federal nos últimos anos. Com presença marcante na Jovem Pan (atualemente na Resvista Oeste), ele se notabilizou por usar argumentos técnicos e contundentes contra decisões e posturas de ministros da Corte, especialmente de Alexandre de Moraes.

Mesmo diante de um ambiente de crescente tensão entre o Judiciário e veículos de comunicação, Pavinatto não recua. Seus comentários, muitas vezes ácidos, abordam temas espinhosos como liberdade de expressão, ativismo judicial e os limites constitucionais da atuação do STF. Ainda assim, ele segue atuando livremente, o que levanta uma pergunta inevitável: por que Alexandre de Moraes, conhecido por reações duras a críticos, parece ignorá-lo?

Críticas diretas e a blindagem do conhecimento jurídico

Ao contrário de outros comunicadores, Pavinatto não apela ao sensacionalismo. Em vez disso, constrói suas falas com base na interpretação da Constituição, no histórico jurídico das decisões e em uma retórica bem fundamentada. Isso o diferencia de figuras que foram alvos de ações do Supremo, como influenciadores digitais e até parlamentares.

Além disso, o fato de Pavinatto ser jurista de formação o coloca em uma posição singular. Ele domina os termos técnicos e conhece os limites legais de sua crítica. Isso o torna mais difícil de ser enquadrado por eventuais acusações de “discurso de ódio” ou “ataques às instituições”.

Essa blindagem, aliada ao respaldo de um grande veículo como a Jovem Pan, pode explicar por que suas falas não geram reações judiciais diretas de Alexandre de Moraes, como ocorreu com outros nomes da mídia conservadora.

Entre a crítica e o direito à opinião

Embora as críticas de Pavinatto sejam incisivas, elas geralmente são proferidas dentro de um contexto jurídico argumentativo, sem apelos a teorias conspiratórias ou ataques pessoais. Essa postura reforça sua credibilidade e o mantém dentro dos limites da liberdade de expressão, mesmo diante de um STF cada vez mais sensível à crítica pública.

Por outro lado, o silêncio de Alexandre de Moraes diante das falas do comentarista também pode indicar uma estratégia. Confrontá-lo poderia abrir um precedente perigoso: o de censurar a crítica técnica fundamentada. E isso, ainda que em tempos conturbados, continua sendo um dos pilares do regime democrático.

O caso de Tiago Pavinatto é, portanto, um exemplo de como o conteúdo, a forma e a autoridade do emissor influenciam diretamente na resposta institucional diante de críticas ao poder Judiciário.

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