Ancelotti é sentenciado por irregularidades no pagamento de impostos sobre direitos de imagem em 2014
O treinador da seleção brasileira, o italiano Carlo Ancelotti, foi condenado a um ano de prisão na Espanha por uma suposta fraude fiscal relacionada ao ano de 2014, quando comandava o Real Madrid. A sentença foi determinada pela 30ª Seção da Audiência Provincial de Madri, que também aplicou multa de 386 mil euros, o equivalente a aproximadamente R$ 2,4 milhões.
De acordo com a decisão judicial, Ancelotti deixou de declarar valores obtidos com seus direitos de imagem, descumprindo obrigações fiscais perante o Tesouro espanhol. Embora tenha sido inicialmente acusado também por suposta fraude em 2015, o treinador foi absolvido dessa segunda acusação.
Além da multa e da pena de prisão, o técnico italiano perdeu o direito de receber benefícios fiscais e previdenciários na Espanha pelos próximos três anos. O treinador e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda não se manifestaram sobre a condenação.
Treinador afirma que seguiu orientações do clube e de seus consultores
Durante o julgamento realizado nos dias 2 e 3 de abril, Ancelotti declarou que jamais teve a intenção de fraudar o Fisco espanhol. Ele afirmou que agiu com base nas orientações do Real Madrid e de consultores britânicos que gerenciavam seus contratos. Segundo o treinador, parte de sua remuneração foi paga como direito de imagem, algo que, segundo ele, não teve importância significativa.
“Eu apenas queria garantir 6 milhões de euros líquidos em três anos. Nunca fui informado de que havia qualquer irregularidade ou investigação em andamento”, afirmou o técnico, ao depor por cerca de 40 minutos.
Na ocasião, também prestou depoimento seu filho, Davide Ancelotti, que recentemente foi anunciado como novo treinador do Botafogo.
O Ministério Público espanhol havia inicialmente pedido uma pena mais severa: quatro anos e nove meses de prisão e multa de 3,2 milhões de euros por irregularidades fiscais nos anos de 2014 e 2015. A Justiça, no entanto, aceitou parcialmente a denúncia e limitou a condenação ao ano de 2014.